sexta-feira, 28 de novembro de 2008

cintilância

desde que brota
desejante
vai umedecendo de vida todo o curso

num remanso
embora feita de assossego
embora pura harmonia
inacessível e mansa
branca e elegante se faz garça

e num segundo de descuido
deixa-se fotografar
desnuda

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Momento

O espelho que me interroga evoca antigo retrato
no quarto deserto, inundado por oceano de aço,
onde correntes de versos vazados a faca se esvaem
em cartas não escritas, laços frágeis,
pássaros feitos pedra em pleno vôo.

Nostalgia de percorrer estradas
sem rumo certo ou prazo de chegar.


(poema premiado com o 3º lugar no concurso literário Fliporto 2006)

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Rato

El espejo que me interroga evoca antiguo retrato
en el cuarto desierto, inundado por océano de acero,
donde corrientes de versos traspasados por cuchillo se desvanecen
en misivas no escritas, lazos frágiles,
pájaros cambiados em piedra en pleno vuelo.

Añoranza de recorrer calles
sin rumbo cierto o plazo de llegar.

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Livre versão do poema, pela autora, para o espanhol, agradecendo as correções feitas pelo poeta cubano Alina Galliano

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Só por isso

Porque refrescou no fim da tarde, cantou com a voz dos pardais e o sino dos ventos.