segunda-feira, 31 de agosto de 2009

©simonia fukue

Participando, como convidada, da edição de agosto da ESCRITORAS SUICIDAS

domingo, 9 de agosto de 2009

Outono

a tarde ainda se faz dia

hesita em anoitecer


o vento cochila imóvel

cansado de tanto calor


a madressilva repousa

na jardineira do muro

pensando em nada

quieta

feito a rua a seus pés


a tarde se estremece

e volta a entardecer


outono de faz de conta

chuva que não se lembra

do compromisso marcado


no terraço ela sonha

com o verão que passou

o livro aberto no colo


alguma mão invisível

move de leve a roseira

tirando uma folha morta


ela sorri e levanta

lembrou-se do pai

por quê?

Porque hoje é dia dos pais.

"Ah, se esse mundo eu fizera
duas coisas não criara:
o tempo, que tudo altera
e a distância, que separa."
Cornélio Leal

Uma quadrinha do meu pai, que o tempo já levou mas que nunca me deixou.