domingo, 28 de novembro de 2010

terça-feira, 9 de novembro de 2010

LANÇAMENTO

http://www.interpoetica.com/site/index.php?/especiais/A-palavra-ofertada-na-pele.html

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Diversos Afins

QUINQUAGÉSIMA LEVA




Foto: Antonio Paim







CICERONEANDO



Completar ciclos é parte inerente de qualquer jornada pela vida afora. Vencem-se etapas e expectativas são redesenhadas ao longo do tempo. Frequentemente a sensação é a de olhar tudo como se fosse a primeira vez. Quando do seu nascedouro, um projeto jamais é capaz de precisar com exatidão tudo aquilo que irá materializar de fato. Esse algo se torna vivo e vai moldando-se mediante os desafios que se apresentam por entre os dias. Assim tem sido com a Diversos Afins ao longo de sua sucessão temporal. Atingir 50 edições é muito mais do que apegar-se à matemática dos volumes produzidos. Por aqui, tudo sempre fez parte do resultado de um esforço que visa exaltar o humano em suas variadas nuances. Os gêneros que movem a cultura são muito mais do que meras simbologias estilísticas, ou seja, representam a necessidade que temos de expor as epifanias face ao que julgamos abarcar a nossa tenra existência. A redenção pela arte opera num plano notadamente íntimo e pessoal e, mesmo assim, somos capazes de trazer à baila efeitos coletivos de tal experiência. Todas as Levas aqui produzidas são especiais pela gama de expressões mostradas. A grande aldeia global contida na internet opera no surpreendente nível de uma compressão espaço-tempo e tem possibilitado cada vez mais valiosas descobertas. Autores e suas criações podem ser vistos e sentidos sob os mais diversos prismas. E essa condição de visibilidade exige dos criadores um frequente exercício de renovação do olhar, além, é claro, de uma adequada dose de autocrítica. Talvez o maior dos desafios para se continuar os caminhos seja o de alcançar, em boa medida, maturidade. Hoje, 50 Levas representam um complexo de vivências ligadas essencialmente a pesquisas, leituras, observações e, sobretudo, escutas do outro e para o outro. Some-se a isso uma verdadeira paixão pelo discurso impregnado de vida que ronda as obras de escritores e outros tantos artistas. Agora, damos sequência aos nossos passos perscrutando o lirismo de poetas como Maria da Conceição Paranhos, Paulo Tavares, Ana Peluso, Luis Benítez, Iracema Macedo, Rubén Liggera, Sonia Regina, Jorge Elias Neto e Assis de Mello. Através das lentes de Antonio Paim, reservamos atenções a um mundo que passa desavisadamente ante nossos olhos. Numa pequena sabatina, o cantor e compositor Paulinho Moska nos fala sobre seu mais novo disco, demarcando expressões que o posicionam como um artista diferenciado. Os contos de Abilio Pacheco, Gerusa Leal, Alice Fergo e Augusto Cavalcanti refletem signos ativos dos tempos de então. O texto cinéfilo de Larissa Mendes nos convida a vislumbrar muito além do filme O Porco-espinho. No quadro Ouvidos Abertos, as virtudes sonoras de Jabu Morales e Gisele de Santi. Agradecemos aos nossos leitores e colaboradores pelo trilhar de mais uma importante via. Saudações sempre culturais a todos!

http://www.diversos-afins.blogspot.com/ 

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Mas hoje ainda não




Sempre chove no dia dos mortos
já são três horas da tarde
e hoje ainda não choveu.
O Captain! my Captain! Rise up and hear the bells.
Hear the sound of silence as well.
Sempre chove no dia dos mortos
mas hoje ainda não choveu.

No limiar do outro mundo
em fila eu vejo os meus
que antes de mim se encantaram.
O Captain! my Captain!
Sempre chove no dia dos mortos
e os olhos dos céus se nublaram
mas hoje ainda não choveu.

E se antes do fim do dia
a chuva me alcançar
não encontrará casa limpa
nem mesa posta também
e nada estará no lugar.

O Captain! my Captain!
que o poema encontre os versos
que dizem de aproveitar
o dia que já se finda.
Pois sempre chove no dia dos mortos
mas hoje não choveu ainda.

Gerusa Leal